A Record e os Jogos de Inverno

Janeiro 28, 2010

A cobertura dos Jogos Olímpicos pela Record já começou. Parece que eles vão inclusive ancorar jornais por aqui com a Ana Paula Padrão e o Paulo Henrique Amorim.

A Globo nunca deu muita importância para os Jogos de Inverno. Agora que a Record tem os direitos, como também os de Londres 2012 (ano do fim do mundo), eles querem mostrar tudo e mostrar que podem fazer melhor do que a Globo.

No site da emissora achei um vídeo que não sei porque não quer entrar aqui. Então deixo o link.


Vancouver, simplesmente uma cidade linda

Janeiro 28, 2010

Um dos motivos aos quais nos levou a escolher Vancouver foram as belezas naturais. Claro, tem vários outros: não faz tanto frio, nossa área de trabalho, etc.

Mas saindo do Rio de Janeiro, onde corria quase diariamente no Aterro do Flamengo com aquela paisagem toda, e com todo o resto de belezas naturais, vir para uma cidade como Vancouver faz as coisas ficarem mais fáceis na hora de se estabelecer.


Ganhei na loteria!

Janeiro 26, 2010

Calma, calma, ainda não fiquei rico. Veja bem, ainda não. Mas pela primeira vez ganhei algum dinheiro na loteria.

Aqui em Vancouver a loteria funciona um pouco diferente e por eu ter acertado 3 números, ganhei 10 dólares. Já é alguma coisa. Até porque vi meu investimento voltar. Gastei 3 dólares para jogar e recebi de volta 10 dólares.

Tudo bem que mais 3 já ficaram lá pela lotérica… quem sabe voltam muito mais dólares???

De qualquer jeito, foi muito bom ter ganho alguma coisa na loteria. No Brasil, o máximo que tinha conseguido era acertar três números. E lá três números não levam a nada.

Agora já posso dizer que ganhei na loteria. Tudo bem que aqui devem ter trocentas pessoas que podem dizer o mesmo. Mas e daí? Eu ganhei e pronto!


Mudança temporária de planos

Janeiro 23, 2010

Durante as Olimpíadas de Inverno todas as produções de TV e cinema vão simplesmente parar. Várias ruas da cidade estarão fechadas ao trânsito por questões de segurança. Todo o efetivo policial e burocrático da cidade vai estar mobilizado para o evento. Não é para menos. Um evento como esse precisa dessa mobilização.

O que então acontecerá com a indústria de cinema e TV é o mesmo que acontece no Brasil anualmente. Lá as coisas só começam a funcionar depois do carnaval. Aqui, só depois das Olimpíadas.

Agora em janeiro tem uma ou outra produção em andamento. Não tem trabalho suficiente para a quantidade de pessoas querendo trabalhar. Então, o que está acontecendo? Todo esse pessoal que não tem trabalho migrou para trabalhos olímpicos. E eu não sou diferente.

Estou trabalhando desde semana passada para as olimpíadas e já conheci muita gente que fez o mesmo. Agora talvez já seja tarde para quem não pensou nisso antes. Estamos a menos de um mês da cerimônia de abertura, 12 de fevereiro.

Desde o segundo semestre do ano passado tinham vagas pipocando pelos jornais e pela internet. A empresa que faz a segurança dos jogos, por exemplo, anunciava que precisaria contratar 5 mil pessoas para a vaga de screener, que são aquelas pessoas que revistam as pessoas e bolsas na entrada dos estádios. Eu até tinha essa vaga como back up se não achasse nada melhor. Felizmente achei.

Espero que assim que acabarem os Jogos várias produções de cinema e TV apareçam e eu possa voltar logo para a área. Uma experiência trabalhando em Jogos Olímpicos é algo que vale muito a pena. Já tive essa experiência antes. Mas não é algo que dure para sempre.


Mutação forçada da língua

Janeiro 20, 2010

No Natal meu irmão me enviou dois livros de presente. Quando comecei a ler, tive a mesma sensação de ler um livro publicado há bastante tempo.

Explico. Os livros foram publicados no ano passado e já têm as novas regras da língua portuguesa. Regras essas que não sei direito e nem me preocupo ainda em usar. Quando a versão do Word que uso tiver na correção automática essas novas regras, passarei a usá-las.

A sensação de ler os livros com as modificações em palavras como platéia e idéia escritas sem o acento é a mesma que tenho quando pego um livro bem antigo anterior às últimas reformas na escrita. Livros que pertenciam aos meus avós, por exemplo. Ou livros comprados em sebos.

Aí fiquei imaginando que nossos avós também passaram pelas reformas anteriores da língua e tiveram que aprender a escrever as palavras do novo modo. E que às vezes achava engraçado quando um deles se esquecia das ‘novas’ regras e escrevia alguma palavra com a grafia antiga.

Isso provavelmente vai acontecer comigo quando daqui há cinco, dez, quinze, vinte anos tiver que deixar um recado… a não ser que o papel seja extinto e só seja necessário falar e a nota ficará escrita em alguma tela de algum aparelho ultra-moderno…


Aventuras culinárias

Janeiro 13, 2010

Uma das poucas coisas em termos de comida que sinto saudades do Brasil é o catupry. Não que a saudade bata todos os dias, mas é que não tem nada muito parecido por aqui. Correção, agora tem.

Em minhas aventuras culinárias, resolvi tentar fazer um catupiry caseiro. Olhei várias receitas na internet e escolhi uma. E funcionou.  

Claro, não é O queijo catupiry, mas é algo parecido e mata a vontade. Ontem fiz frango com catupiry e ficou bem bom.

Quem dera poder tentar fazer algo parecido com aipim…

Enfim, para o post não ficar incompleto e para quem quiser tentar, lá vai a receita:

250 gramas de queijo fresco, amassado ou ralado (na maioria das receitas diz queijo Minas, mas onde iria arranjá-lo? Fiz com mussarela mesmo)

2 copos de leite

4 colheres de maisena

2 colheres de manteiga/margarina

sal

Em fogo baixo, misture o leite e a maisena até misturar totalmente. Aumenta o fogo, acrescenta a margarina e mexa até derreter. Acrescente sal e o queijo e fique mexendo até tudo virar uma grande pasta. Apague o fogo (isso é importante) e despeje a grande pasta em um recipiente e deixe esfriar.

Provavelmente o queijo que se utiliza mude o gosto. Mas ficou bem interessante com mussarela.


Lei tardia

Janeiro 10, 2010

O quão atrasado e o quão adiantado é um país?

A gente pode dizer várias coisas em que o Brasil é um país atrasado. Mas tem algumas coisas em que a gente é mais adiantado que os canadenses. 

Dia primeiro de janeiro de 2010 entrou uma lei em vigor aqui em British Columbia proibindo o uso de celulares enquanto a pessoa está dirigindo. E durante janeiro a lei não multará, só dará avisos.

É estranho eles serem tão atrasados quanto a isso. No Brasil esta lei já existe há um bom tempo. Se é respeitada ou não, é outra história. Eu mesmo já fui multado uma vez, foi perto do Natal de 2001 ou 2002.

Só que o maior problema hoje em dia nem é mais se você está falando no aparelho. O maior problema agora é quanto às mensagens de texto. Eles são viciados em mensagens de texto. Passam texto para tudo. Mesmo às vezes sendo mais fácil ligar.  A maioria tem Blackberries, Iphones e derivados.

Já fui avisado várias vezes sobre trabalhos por mensagem de texto. Também já perdi oportunidades de trabalho por causa disso. Seria tão mais simples ligar… se bem que você paga se você ligar, mas também paga para receber chamadas, vai entender…

E dirigir e digitar a mensagem ao mesmo tempo, mesmo que o carro seja automático, não pode dar em coisas boas. Tem tido muitos acidentes por causa disso.

Tanto que a lei continua permitindo falar ao celular se você usar algum equipamento em que não seja preciso o uso das mãos, mas passar mensagens de texto é, agora, extremamente proibido.


A onda de frio passou longe (por enquanto)

Janeiro 8, 2010

Todo mundo falava que aqui no Canadá ia ser muito frio e tal, mas aqui em Vancouver a temperatura no inverno não tem sido tão terrível quanto nos EUA e Inglaterra.

Tivemos duas semanas no meio de dezembro quando a temperatura foi para abaixo de zero, mas o máximo que desceu foi a – 8. De lá para cá tem ficado por volta dos 5 graus. No momento em que escrevo são 4 graus.

Não tivemos neve na cidade. Quer dizer, nevou um tiquito de nada uns dois dias, as calçadas chegaram a ficar braquinhas por algumas poucas horas. Os jornais mostraram umas imagens de como estava o tempo nessa mesma época do ano passado, quando eles tiveram um inverno bem rigoroso, e tinha neve para todo lado na cidade.

E é até um pouco curioso, pois os Estados Unidos, no centro do país e no lado leste, estão sofrendo muito com temperaturas baixas e nevascas. Até o pessoal de Miami está reclamando das baixas temperaturas.

Na parte central do Canadá está frio como sempre. Mas aqui está até agora tranquilo.


A invasão (de uma equipe de filmagem)

Janeiro 5, 2010

Vou falar um pouco da série em que trabalhei novembro e dezembro como assistente de produção, Shattered. Não faço idéia de quando vai começar a ser exibida aqui no Canadá e nos Estados Unidos. Só sei que é no ano que vem na Global.

Eles gravam os episódios como se fossem pequenos filmes. Cada episódio leva normalmente 7 dias para ser gravado. Até agora foram gravados 4. De um para o outro mudam pelo menos o diretor, o primeiro e segundo assistentes de direção e o assistante do gerente de locação (não sei se a tradução para assistant location manager é assim mesmo). 

Os dias de gravação em estúdio giram em torno de 3 e em locação o restante. E é em locação quando normalmente trabalho. Trabalho na equipe de Locations que é reponsável por todos os lugares onde são gravadas as cenas.

Explico. Desde a escolha das locações, lugares onde serão gravadas as cenas, até a organização para que todas as outras equipes possam chegar e gravar. Sem contar em manter os sets prontos para o ‘ação’ durante todo o dia. A trabalheira é grande. E o espaço que a produção ocupa nas ruas também.

Na locação primeiro chegam os geradores. Eles não usam energia nenhuma que não seja dos geradores. Após os geradores, chegam os cabos de energia. Chegam os caras espalhando cabos para todos os lados. Os cabos saem dos geradores e vão para o set, para os caminhões e para o que mais for preciso.

Depois começam a chegar os caminhões. Um para a equipe de elétrica, um para os objetos de cena, um para a equipe de fotografia, um para os equipamentos relativos a câmera… São uns 7 caminhões.

E aí chegam os traillers. Dois ou três que são camarins, um para o escritório do pessoal de transportes, um para o escritório dos assistentes de direção (trailler imenso que também inclui salinhas para os figurantes se trocarem, banheiros, etc), trailler de maquiagem e cabelo, trailler com os figurinos. Sem contar os dois traillers do catering e o caminhão do buffet (é uma companhia responsável pelo café da manhã e almoço e outra responsável por snacks, sanduíches e cafés para abastecer a equipe o dia todo).

É mais ou menos isso. Quando não aparecem também os quindastes para colocar luzes no alto, bem alto, na altura lá do quinto ou sexto andar. Ou quando precisam armar uma tenda para o almoço, outra para os figurantes… Dá para ter uma idéia do espaço que isso precisa. É muita coisa. E isso é uma série de relativo baixo orçamento.

A equipe de filmagem aqui funciona como várias equipes independentes. Cada uma das equipes faz o seu, e só o seu, cada peça vai se encaixando e no final o produto sai bom.

Às vezes parece estranho. Ninguém se ajuda muito. Cada um faz o seu. Não sei, pode ser porque no Brasil a gente seja um pouco menos profissional, ou porque a gente se importa demais com tudo em volta.


Lá, ali, aí, acolá – there

Janeiro 4, 2010

O português é uma língua bem mais rica que o inglês. Aqui às vezes faltam algumas palavras que em português estamos acostumados a usar. Em diversos momentos existe uma única palavra em inglês que contém os significados de mais de uma em português.

Com o tempo a gente vai pegando as nuances e se acostumando. Mas tem umas coisas que acabam complicando situações aparentemente bem simples. Bom, pelo menos isso acontece comigo.

Um exemplo bobo e que às vezes provoca uma certa pane no meu sistema é a palavra there. É simples e todo mundo sabe que significa lá, ali, aí ou acolá. Se bem que essa última aí não conta.

Por ter três palavras correspondentes em português (lá, ali, aí) me vejo em situações sem querer usando a palavra here ao invés de there. 

São situações como a de você estar falando no telefone e querer dizer: estarei aí. Você quer dizer que estará onde a pessoa está. Ou estarei lá, ou seja, no lugar para onde a pessoa do telefone também está indo. Em inglês para estas duas situações você usaria a mesma frase: I’ll be there.

Aí dá pane no sistema. Acaba saindo here. Ainda mais se somar a uma outra situação de a pessoa ao seu lado começar a falar alguma coisa do tipo ali, aqui, lá.

E não sei todo mundo é assim. Mas costumo falar aqui para uma área ao redor de mim. E ás vezes quero indicar alguma coisa que está a dois metros de mim, aponto e digo: aqui. Em português todo mundo entenderia. No inglês a pessoa te olha estranho se sai here. Tem que ser there.

Enfim, é uma coisa tão boba, simples e do dia a dia, mas que acabo me confundindo sem querer…